sábado, 9 de outubro de 2010

Não aguento mais estar aqui, é tudo frio e húmido mas ao mesmo tempo seco e quente.
Acordo feliz, com o maior sorriso já visto deito-me com lágrimas a escorrer pela face, como se albergasse toda a tristeza do mundo neste meu corpo.
Fujo dos meus problemas, arrumo o quarto, descalço-me permitindo assim que a minha temperatura corporal baixe, enrolo um cachecol à volta de pescoço.
Sinto-me mal por lutar contra um “eu” interior que tenta sempre emergir a partir do centro.
Já não me controlo, as unhas crescem mais depressa, os dedos dos pés e das mãos contorcem-se, os dentes cerram-se, hiper-ventilo e asfixio ao mesmo tempo, choro enquanto me mordo. A dor, transforma-se em prazer e o prazer em dor lendo o livro que leio.
Saio à rua, o Sol queima-me os olhos, o cabelo grisalho brilha com a luz, enquanto a cara envelhecida fecha os olhos numa tentativa de me proteger.
Vejo uma sociedade que não aceita os loucos, não compreende os artistas, que condena quem pensa.
Perco-me, e encontro-me, o cabelo escurece, o corpo rejuvenesce-se, deito-me com lágrimas no rosto.

3 comentários:

  1. se as coisas fossem como quisessemos que fossem nao havia lagrimas para jorrar.

    o mundo que conheço nao eh diferente desse. alias, esse eh o meu mundo. o mundo das coisas alegres que nos poe tristes e nos voltam a por bem.

    hoje choro. choro nao de tristesa nem de alegria. choro porque olho para tras e vejo como sofri. choro porque choro. amanha chorarei porque chorar purifica a alma.

    hoje rio. riu de tristezas passadas e de pensamentos obscuros. rio como se amanha fosse o dia mais feliz e ontem o dia mais triste da minha vida. rio porque rir purifica a mente.

    daqui posso dizer que de tanto rir e chorar so ha vontade de olhar para o ceu e dizer que o amor morreu e emergiu das cinzas.

    ResponderEliminar