quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esquecido

Fui esquecido nas arreias do tempo.
Nos rios do passado,
fui solto e liberto
Num sitio onde não serei encontrado

O tempo foge a saudade aperta
A água escasseia na minha boca deserta.
Uma leve brisa quente arrasta com um sopro a arreia que minha face toca.


Sinto me perdido aqui!

Abro os olhos.

Á minha volta vejo água, um rio!
Uma enorme felicidade preenche-me, logo agora que estou tão vazio.
Mas… é tudo uma ilusão, as palmeiras, os frutos, a água…

Certa alma já morta faz me despertar,
Sinto e agora percebo que me estava a enterrar.
Oh quente e doce arreia, és como o sol que me ilumina, és como o sal que me faz nascer água na boca.
És como o meu oposto que desejo encontrar, que me tire deste deserto e durma comigo.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Aqueles olhos da cor do Outono

Madeira os seus olhos reflectem, podem crescer, podem moldar-se, ganhar uma forma, sim! uma nova forma, fazer nascer dali algo novo, diferente, brilhante.
São olhos mais novos que os meus, ainda têm muito para ver, muito que admirar e fazer o corpo reagir.
Os seus olhos serão a minha futura casa.
Será por eles que irei rever tudo o que havia visto.
São esses olhos que reflectem a madeira que têm a cor do Outono, iram ver o fim.
O fim de algo que os ajudou a ver.
Por esses olhos irá nascer um rio nesse dia, que secará mas quando esses olhos passarem pelos meus de novo dois rios se iram formar, num local que gosto de chamar Paraíso.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Roo as unhas


Há quanto tempo roo as unhas?
Bem, acho que de todas as perguntas esta seria a que menos iria esperar de alguém.
A verdade é que não sei a quanto tempo o faço, já tentei parar sim. já tentei muita coisa mesmo para parar mas nada me faz travar esta vontade que parece ter nascido comigo.
Vendo bem, não sei o que é pior, Se um fumador a tentar parar ou um roedor de unhas.
Não sei se há livros para deixar de roer as unhas, mas sei que há uns vernizes que tem um sabor muito mau.
Penso que isso só funcionaria se fosse ainda pequeno.
Isto tudo devido a pressão do dia-a-dia, penso que é umas das coisas que me leva a "consumir", tal como épocas de maior ansiedade.
Antigamente as unhas eram usadas para fazer uma espécie de veneno que ia matando lentamente.
Muitas pessoas não sabem disto, dês que soube desta historia que tento parar, mas como já disse parece ter nascido comigo.
Estarei eu destinado a uma morte lenta sem vestígios?
E não será uma simples morte mas sim um suicido.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Águas negras de negro rio

A noite desce águas negras vejo e vem saber nelas me afundo, um aroma meu conhecido paira no ar, vejo um barco ao fundo, iluminado, alegria, a promessa de uma noite bem passada, a possibilidade de um novo começo, uma nova vida, um novo amor, sólido, e a promessa de um abraço, algo simples que muitas vezes desprezamos mas é algo tão mágico.

Eu próprio liberto o aroma, o oráculo pede me para não o fazer. Paro.

Trocas de olhares sem eu saber o que significa, sinto me fraco, o barco abana, maldita criatura agita as negras águas onde me afundara.

Objectivo: Chegar ao cais, são e salvo, feliz e com mais vida do que aquela que entregara.

Mas quem este barco dirige têm de ter mais experiência de vida. O leme não é para qualquer um, quem ai vai sabe o que faz tendo em conta o melhor para os outros.

A hora da chegada ao cais faz mover os ponteiros dos dois relógios nunca certos.

Onde foram as promessas? os planos? a alegria com que embarcara? a vida que seria suposto receber?

Amaldiçoadas águas negras que bebi, que me mudaram sem a força das ondas que costumam ter.

Assim, regressa oráculo aos céus e eu a casa.

Deito me com maldita criatura no corpo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A janela mal fechada

Pela calçada caminhava.



Com um sorriso no rosto, uma rosa vermelha na mão, o coração apertado sem motivo aparente.



O ar faltava à minha volta, os deuses, esses, derramavam lágrimas sobre mim. Logo agora que aprendera a compreende los...Mas não bastava! Eles estavam a tentar dizer me algo. Que eu tão débil e inculto não compreendi.



...



Vejo-me, deitado, a rosa não está na minha mão, a chuva cessara, lembro-me de alguém ou algo me puxar, lembro-me da sua voz, calma, doce, melodiosa, um sussurro um pouco tremido como se fosse um eco prolongado. Senti-me leve como se pertence-se ao vento.


Não percebera de imediato o que se tinha passado, mas depois de ver uma ambulância...

Um pequeno rio da cor da rosa fluía do meu corpo tapado por um plástico preto, marcas de rodas desenhavam o que sucedera naquele momento.

Estava triste, sentia lágrimas a cair e via a caírem mas não molhava o saco onde meu corpo estava.

O rio alcança a rosa, vejo a criatura que me puxara.

Vejo a luz e renuncio ao seu chamamento, não quero, não quero partir já! que mal eu fiz?, a criatura pede me para abrir o saco, faço-o, percebo que não há volta a dar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O homem areia


A noite já tinha passado.

Um novo dia nascia, deitei-me sobre ela, estava quente!

Abracei-a, apertei-a , contei-lhe o que sabia o que tinha visto e vivido enquanto marinheiro.

Nunca a tinha visto tão bela, poderia ser das saudades ou do tempo que estive fora, á quanto tempo não a via!

Sorri-lhe mesmo sabendo que me enganava com outro.

As palavras de agradecimento para M.Belo

No dia em que as palavras falem por si o céu mudará de cor, os olhos verão almas e os corações o que os olhos não vêm.


No dia que o homem possa dizer alto e em bom som que é livre, os ventos irão espelhar a boa nova.


No dia que o amor bater a porta EU irei abri-la mesmo tendo conhecimento da sua força, da sua instabilidade, mesmo que isso me torne mais fraco quando longe dele.


Mas...mesmo que as palavras falem por si os olhos vejam almas e o amor bata a porta de todo o mundo. Haverá umas palavras especiais guardadas num lugar que só quem poeta é poderá ver, quem desenhe o que não vê, que sinta o que o corpo não sente, que voe mais longe sem se mexer.


Essas palavras são palavras de agradecimento.


Por tudo e por nada.


Pelo feito e desfeito.
Pelo completo e incompleto.


Por tudo o que é e não é.


Por ti e por mim estas palavras são entregues.


Como forma de cumprir a promessa feita mas nao acabada.


É nesta altura que desejava que o mundo fosse como um dia será.


Tudo seria mais facil, seria mais facil encontrar palavras para agradecer.

What else can i say?

As palavras bastam.


Assim pensava eu, mas será mesmo que é assim?


Bastará apenas dizer uma palavras e já esta? Será tudo como no "Aldino"? " Abre-te sésamo"?



Para quê ser poeta se não se age como tal?


Será realmente a pena mais forte que qualquer espada?



E se houver magos com as suas poderosas varinhas?



Lobisomens? Vampiros? Que mais? são só palavras mitos e não passam dai, pelo menos assim espero, e quando falo de mim refiro me a muitas outras pessoas.

Nunca te lembras de um mimo...

Assim foi.

Ao ouvir esta pequena frase pela segunda vez ele mudou.

Disse não a tudo o que não queria no seu mundo, mudou-o, "pôs os pontos nos (is)" colocou uma pedra sobre o assunto e segui-o em frente como o gladiador que era.

De regresso ao seu amado campo e respectiva vida.

Arrumou a casa, limpou o que havia para limpar, concertou os telhados estragados pelos ventos do norte, soltou a alma, amou, mimou e nunca mais ouviu tais palavras " Nunca te lembras de um mimo..."

domingo, 6 de junho de 2010

I am not guilty!


Sinto me preso mas não sou culpado.



Não fiz nada de mal ou incorrecto.



Sei que nada de mal fiz.



Disso estou eu certo.



Todos me olham de lado.



Como se realmente fosse mau.



Sabem que sou procurado.


Serei eu venenoso? como o lacrau?


Já não sei para onde me dirigir.


Todos de mim se afastam, de mim querem fugir.


O que de mal fiz eu?






Finalmente!

...e pronto quando menos esperava recebi aquilo que me deixou de boca aberta.

Foi como se um anjo tivesse passado por mim na altura em que lia aquelas palavras.

Dirigidas a mim, bem, fiz uma "festa"encontrara alguém que conseguira fazer me sentir exactamente o que procurava sentir há algum tempo.

Com meia dúzia de palavras disse me tanto.

Com a mesma meia dúzia, repito com a mesma meia dúzia transmitiu-me o que sentia.

Foi como se beijasse, como se gritasse dentro do meu peito.

Nem sei bem como foi para ser sincero.

A verdade é que já li as mesmas palavras vezes e vezes sem conta, mas não voltei a sentir o mesmo.


I don't want to remeber anyone.


Quero deixar para trás o passado.

Viver ao máximo o presente.

Não me quero lembrar de ninguém.

Mas viverei assim bem comigo mesma?

posso saber que o meu passado foi bom,

ou saber que não foi nada do que queria.

Mas será razão para querer esquecer tudo o que aconteceu?

Há alturas como esta que não sei o que fazer ou pensar.

E choro.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vi uma fotografia tua!

Se pudesse falar do que vejo.

Se pudesses adivinhar o que penso.

Se pudesses sentir o que sinto.

Se te conseguisse fazer feliz como a tua fotografia demonstra.

Mas nem as estrelas, nem a lua nem o sol todos juntos seriam capazes de tal proeza.

Simplesmente deixo de ter sono.

A fome essa fora me puxada por alguém ou algo.

A cede de que tipo cor forma ou feitio seja fora presa longe de mim.

Vi uma fotografia tua.

Foi o que bastou para que a minha alma ficasse nua.

"Tenho saudades de te ver, saudades de te abraçar. sozinho tocando uma guitarra junto ao mar, recordo-me de ti"

Saudade, é o sentimento que melhor que pode caracterizar neste momento da minha vida.

Não há um dia que não veja algo teu em tantos outros.

Estarei a entra na chamada loucura?