Fui esquecido nas arreias do tempo.
Nos rios do passado,
fui solto e liberto
Num sitio onde não serei encontrado
O tempo foge a saudade aperta
A água escasseia na minha boca deserta.
Uma leve brisa quente arrasta com um sopro a arreia que minha face toca.
Sinto me perdido aqui!
Abro os olhos.
Á minha volta vejo água, um rio!
Uma enorme felicidade preenche-me, logo agora que estou tão vazio.
Mas… é tudo uma ilusão, as palmeiras, os frutos, a água…
Certa alma já morta faz me despertar,
Sinto e agora percebo que me estava a enterrar.
Oh quente e doce arreia, és como o sol que me ilumina, és como o sal que me faz nascer água na boca.
És como o meu oposto que desejo encontrar, que me tire deste deserto e durma comigo.