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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

És a minha desgraça

Tu não sabes, eu não sei, elas não sabem.
Sou um cabrão, um cabrão com uns cornos tão grandes que marro contra vedações e nunca ficam lá presos.
Tu és a agua que rega as ervas que este cabrão come, se tu faltas este cabrão morre, és a minha desgraça.

É de ti que bebo quando tenho cede, mas se tu faltas, este cabrão morre, és a minha desgraça.

E tu, sim tu, fazes parte deste cabrão, quer o queiras quer não, fazes parte de milhares, de milhões, onde tu estás há vida, onde tu faltas, bem onde tu faltas há cabrões a morrer a cede.

Uma fotografia tua e nada mais

Olho-te nos olhos, de uma fotografia tua, na qual tens os olhos abertos, reparo nos movimentos que fazem, tento não pestanejar, não quebrar o contacto visual que temos.
Posso dizer com toda a certeza agora, não te amo, nunca amei, mas choro por olhar para ti ate os meus olhos secarem.

Não sou como tu, não consigo dizer algo e pensar outra coisa, sou simples, sem merdas, não é que não veja as coisas, evito de as ver, passo a frente, tento crescer.

Vejo-te passas por mim todos os dias quer eu queira ou não, sinto-te, desejo falar contigo, desejo que fales comigo, desejo o teu corpo em troca de amor.


Chego a casa, arrumo a mala, descalço me, tiro o que tenho vestido e sento-me a janela, não a tua espera, a espera dela.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Reflexão sobre o joelho.

Estava sentado quando me veio ao pensamento o seguinte:
Para quem é ou foi operado ao joelho há uma diferença, entre pôr ou não pôr o pé no chão.
 É a diferença entre aquele que quer largar as canadianas o mais depressa possível e o que tem medo de as largar.

Ainda bem que as minhas reflexões não pesam muito.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Numa cama de hospital

Sofri um acidente, fui operado, estou deitado há dois meses na cama do meu quarto.
Hoje pela primeira vez levantei os braços, puxei a corda dos estores e deixei a luz entrar.
Tudo ficou calmo, deixei de ouvir os carros, os aviões, as buzinas, comecei a ouvir os pássaros ate a pouca chuva que caia parou com o emitir da luz, preencheu o chão, subiu pelas paredes e transbordou pelo tecto inundando tudo e todos.
No tecto formou-se um espelho, este reflectia a minha imagem, mas ao contrário, em vez de estar paralisado da cintura para baixo, no espelho, da cintura para cima.
O cérebro deixa de reagir aos impulsos nervosos, a mão deixa de escrever, as lágrimas escorem na direcção da almofada sem travão algum.
Aprendo a escrever com os pés.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Homem a.C.

Não sou homem do mundo das Artes nem do mundo das Ciências.
Não sou homem nem mulher.
Não sei o que sou ou quem sou.
Tu sabes?
Por vezes vejo tudo como um grande sonho colectivo, onde todos os Grandes ainda não nasceram onde podemos ser cada um deles, escritores, pintores, músicos, filósofos, cientistas, físicos, matemáticos, fotógrafos, biólogos, etc.
Onde tudo isto existe ou é apenas uma memoria implantada no nosso cérebro, se é que existe, se é que existimos.
Todas as pessoas podem ou não existir, pode haver ou não, pode e não pode.
Mas se assim for, ao acordarmos todos, ao mesmo tempo, todos teremos herdado deste sono, destas memórias, inúmeras artes, saberemos todos trabalhar a madeira e o metal, todos saberemos como nos expressar não só pela linguagem.
O corpo os gestos serão uma “língua” universal.
Como a musica, as tintas, números e formulas em três dimensões.
Ou não.
Don't cry to me.
If you loved me,
You would be here with me.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tenho medo

Temo a possibilidade de vir a ser esquizofrénico, como temo vir a ser diabético, como ficar sem a perna direita, cego, tenho um medo terrível de ter herdado a hipocondria do meu avô.
Mas mais que tudo isto, tenho medo de te perder.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

É depois de um dia em que nem chove nem faz sol que me pergunto:
-"Como será o dia de amanhã?"

Estou aprender a ser feliz

No palco, a guitarra, o público, a bateria, o baixo, a voz e um outro ser me acompanhava.
Enquanto mudava os dedos de posição, quando formei o acorde pisei o bordão, puxei a corda e continuei o harpejo, continuei, tal como fora dito “ the show must go on”…
Uma dose de adrenalina invade me as veias, sinto o coração na boca, continuo a cantar:
Aquilo que eu vou ser ninguém me diz
A guitarra que só toca por amor
Não acalma o desejo, nem a dor…
Mas, há sempre um mas, foi a primeira estrofe que desencadeou tudo isto.
Eu:
-“Estou aprender a ser feliz!”

sábado, 9 de outubro de 2010

Não aguento mais estar aqui, é tudo frio e húmido mas ao mesmo tempo seco e quente.
Acordo feliz, com o maior sorriso já visto deito-me com lágrimas a escorrer pela face, como se albergasse toda a tristeza do mundo neste meu corpo.
Fujo dos meus problemas, arrumo o quarto, descalço-me permitindo assim que a minha temperatura corporal baixe, enrolo um cachecol à volta de pescoço.
Sinto-me mal por lutar contra um “eu” interior que tenta sempre emergir a partir do centro.
Já não me controlo, as unhas crescem mais depressa, os dedos dos pés e das mãos contorcem-se, os dentes cerram-se, hiper-ventilo e asfixio ao mesmo tempo, choro enquanto me mordo. A dor, transforma-se em prazer e o prazer em dor lendo o livro que leio.
Saio à rua, o Sol queima-me os olhos, o cabelo grisalho brilha com a luz, enquanto a cara envelhecida fecha os olhos numa tentativa de me proteger.
Vejo uma sociedade que não aceita os loucos, não compreende os artistas, que condena quem pensa.
Perco-me, e encontro-me, o cabelo escurece, o corpo rejuvenesce-se, deito-me com lágrimas no rosto.

O ar torna-se irrespirável

Estou à meia hora a tentar encontrar uma pilha para um relógio, não é que o quarto esteja desarrumado, mas há algo mais que não me deixa avançar.
Tenho o meu trabalho parado por uma pilha.
É irónico, no meio de 20 pilhas nem uma tem bateria suficiente para fazer mover os ponteiros.
Mal percebo a minha escrita, o porquê de escrever, é pior que roer as unhas, e pior que isso, é uma escrita do qual não gosto.
Estou para aqui a escrever sobre a merda de umas pilhas e um relógio?
Onde cheguei eu?

Onde estou eu?

Perco-me dentro de mim,
Perco-me na cama.
Perco-me no chuveiro, nas ruas de Lisboa
Perco-me à chuva.
Não me perco por ti ou por mim, perco-me por me perder sem saber o porquê.
Perco-me a tocar guitarra, perco-me enquanto caminho.
Raios voam sobre mim perdido.
A estrada está molhada e eu perdido
A terra molhada, e eu? Onde estou?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Riders on the storm


Riders on the storm

Riders on the storm

Into this house we´re born

Into this world we´re thrown

Like a dog without a bone

An actor out on loan

Riders on the storm

There´s a killer on the road
His brain is squirmin´ like a toad
Take a long holiday
Let your children play
If ya give this man a ride
Sweet family will die
Killer on the road, yeah

Girl ya gotta love your man
Girl ya gotta love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Our life will never end
Gotta love your man, yeah

Wow!

Riders on the storm
Riders on the storm
Into this house we´re born
Into this world we´re thrown
Like a dog without a bone
An actor out on loan
Riders on the storm

Riders on the storm
Riders on the storm
Riders on the storm
Riders on the storm
Riders on the storm

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Já me espera em casa

Já me esperava antes de ter saído pela porta, com a guitarra as costas, despediu-se, abraçou-me, beijou-me encostou a sua face na minha e disse como se suspirasse:
-Volta depressa sim?
-Hum hum. Saí de casa.

domingo, 26 de setembro de 2010

Quero estar dentro de ti

Entro pelo jardim, passo os campos de flores aromáticas por ti cultivadas.
Entro pela porta das traseiras subo as escadas, sento me na tua cadeira de baloiço enquanto dormes.
"És tão bela..."
O sol nasce, como um convite ou aviso para sair.
No dia seguinte tenho o prazer de te ver acordada, por volta das 22:00 horas.
Acabas de arrumar a cozinha, diriges-te ao quarto, vestes o teu pijama de verão.
Cais na cama, adormeces e eu entro pela porta dos fundos.
Observo-te durante a noite, quando não o faço sonho contigo.
O dia esta quase a nascer, o telhado ainda esta húmido.
Trepo por este sento me no alto mesmo por cima do teu quarto, pego na maquina fotografica á espera de tirar a fotografia perfeita do"meu" nascer do sol.
Acordas, fugo.
É fim de semana, mais propriamente domingo, são 3 da manhã, chegas a casa num taxi, vens acompanhada.
Salto do arrbusto onde passei a noite anterior com a esperança de te ver, vou na direcção da casa subo á arvore que da acesso a tua janela, penduro a fotografia do "Nosso Sol".
Escondo-me no interior da folhagem que a arvore possui, vejo-vos.
Beijam-se, despem-se caiem na cama extasiados envolvem-se tal como as trepadeiras.
Dá para ver bem o prazer que sentem, quase como esse mesmo prazer atravessa-se a janela e me atingisse, atras deles, o "Nosso Sol".
Acordo, vesito-a, entrego-lhe o que me deu.
"Guarda as chaves do jardim, sou suspeito. Guarda o que resta de mim junto ao peito"
E o jardineiro passa pelos canteiros de flores mais uma vez.

Encontrei-o

Encontrei o meu caderno, mas...
"N"u" meu mundo não perfeito as vezes acontecem destas"
Os novos textos, aqueles que a pouco havia escrito, bem eles simplesmente não estão cá, as folhas não foram, rasgadas, queimadas, apagadas ou amachucadas. Nada!
É como se não as tivesse vivido.
Sinto-me azul, aquelas folhas tinham vida, falavam por si, eram...
Estou azul, encontrei-o mas perdi-a.

sábado, 25 de setembro de 2010

Eu quero!

Digo que não ao meu corpo, contrario-me a mim mesmo, não respeito as minhas vontades.
Simplesmente ignoro-as.
Já á algum tempo que tenho este problema, acordo com vontade, penso nisso e desejo-o.
É uma avalanche, quanto mais penso mais vontade tenho mais me imagino na situação que nego.
“Tudo será diferente, estranho”
Será, ora aqui está, o verbo no futuro do indicativo.
Isto só prova que vai acontecer.
Mas o cérebro nega, diz:
- Não o faças.
       Ou
-Pensa melhor
Ou tanta outra coisa de que já não me lembro.
Tal como as redes apanham os peixes.
A rede nervosa apanha-me a mim.
Faz me negar.

You never with me

You never near me.
Pergunto-me durante mais quanto tempo estarei no baloiço a tua espera.
As respostas não vêm, o sol muda de posição enquanto me observa.
Ao meu lado um companheiro balança com o vento numa dança frenética.
O quanto desejava que fosses tu a dançar para mim, descalça sobre a relva.
O baloiço parou, o vento soprou mais forte mas o baloiço não se mexeu.
O sol deitou-se a lua sorriu-me.
O vento perdeu-se e eu adormeci no baloiço.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Perdi o caderno onde escrevo

Sim... seria improvável mas aconteceu, engraçado é como as coisas aos poucos e poucos vão acontecendo.
"As palavras leva-as o vento"
Acredito numa solução possível para tudo, todos os problemas têm a sua raiz e todas as raízes podem ser cortadas.
"Quero ler o teu livro, amanhã emprestas-mo?"

Soluços e soluções

No meu mundo tudo tem uma solução.
Mas por vezes encontar a solução não é a solução para o problema.
Por exemplo: Soluços, quem não os tem?
Há solução? Há sim um copo com água, não respirar durante "X" tempo e deve de haver mais cada uma mais engraçada e pessoal.
Mas resulta?
A curto prazo sim...
Apezar de haver solução o problema volta sempre a surguir.

"My tears dry on their own"

As minhas lágrimas nunca formão um rio, não porque eu não as deixo fazerem tal coisa.
Guardo-as, retenho-as, escondidas de todo o mundo, mas isso também, me rouba o sorriso, o verdadeiro não aquele que "uso" diariamente.
Sinto cada vez mais perto que as comportas desta barragem estão prestes a abrir-se, formando assim o rio que sempre tentei evitar.
Uma vês vi escrito numa nuvem, "o Sol não brilha todos os dias"
Na altura ter lido ou não, não teria feito diferença alguma, hoje... hoje tudo é diferente, o mundo perdes as cores, o Sol deixa de brilhar e um novo rio nasce.
Hoje digo para mim mesmo "é o fim, acabou, não quero mais isto... não te quero mais."
Hoje choro, amanhã? Amanhã uso o meu sorriso falso enquanto as minhas lágrimas secam por si só.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perdoa-me

As palavras faltam-me, levanto os braços, peço ajuda.
Há dias em que acordo sem a mínima vontade de viver, como se nesse dia o sol não tivesse nascido, como se cada palavra que digo me furasse as mãos, impedindo-me de escrever aquilo que a boca devia ter dito.
Sinto-as mas não existem, as lágrimas não me caem mas a dor que as provocaria está comigo, abraça-me e arrasta-me.
Já á algum tempo que via nuvens no céu, mas daí a ficar molhado, daí a perder folhas escritas pelo vento. O meu mundo é uma moeda de dois lados, mas ao que parece um dos lados está viciado, quem não comete erros? Quem não diz o que não devia de dizer? Quem é capaz de errar vezes sem conta no mesmo sitio?
Para pedir e receber desculpas tem de haver alguém com culpa de algo certo?
Tem de haver alguém disposto a perdoar e a avançar.
“Pai perdoa-os que eles não sabem o que fazem”
-Pai, perdoa-me por não saber o que faço, perdoa-me por magoar tudo e todos á minha volta, por ser aquilo que odeio.
Os braços caem-me, a pena voa, deixo de escrever.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Abri a janela olhei a lua a sua energia convertida em raios colide com os meus olhos, o cheiro de hortelã invade o ar tal como a luz da lua. Hoje cheia, boas noticias trás. Bons projectos, bons tempos, boas relações, bom equilíbrio quer mental ou espiritual. Esta lua traz uma paz que poucos conhecem e que não é vista há muito tempo traz uma segurança, traz promessas.
Traz-te a ti.

O lençol branco


Olho pela janela, e pela janela vejo-o, leve e branco lençol brilha preso á corda do estendal, um cesto de palha com mais uns tecidos e Ela.
Com o corpo formando um ângulo aproximadamente de noventa graus, levanta-se, sorri-me prende o branco lençol com duas molas de madeira, seus negros cabelos ígneos dançam com a leve brisa que empurra o lençol, desenhos, palavras, criaturas, paisagens, mundos tudo é desenhado por estes cabelos no momento em que a leve brisa de Zéfiro passa.
Num mundo a preto e branco aproximo-me, os meus braços envolvem-lhe a cintura. A sua cabeça descai sobre meus ombros, beijo-lhe o pescoço.
Idílio.

domingo, 22 de agosto de 2010

O veneno

Dentro do frasco, algo fez um barulho como se contra o vidro batesse, abro-o, ele bufa e por mim chama, diz-me:
-Bebe!
Não sei se dei ouvidos, sei que o bebi porque estou deitado no chão.
Olhos vermelhos, boca a espumar, cabelos cor de cinza, unhas pretas, pele enrugada , língua azul.
Fujo da lua, escondo-me, durante o dia durmo, de noite escrevo, procurando a luz que ilumina a perfeição.

Procuro as palavras como procuro uma luz que me guie.

Peço que as palavras subam pela garganta acima como o veneno por ela abaixo escorre.
Desejo-te mas não te tenho.
Vejo-te mas não te sinto.
Dormimos juntos mas não há prazer, em vez disso há um caderno, um diário onde escrevinhamos os nossos dias, o que nos preocupa.
Não me confio.
Tiro as luvas, queimo as folhas, a tinta, as penas.
O meu grande caderno só por mim é lido.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

I Wish

Desejo estar no palco
É no palco que desejo estar
Desejo estar no palco como desejo voar
Desejo o palco como desejo cantar
Desejo estar no palco, desejo sonhar
Desejo estar no palco como amar
Como desejo acordar ao lado de quem amo.
No palco, desejo ser feliz, sendo actor ou actriz.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entro na banheira, solto o cabelo, tiro-lhe os nós, lavo-o, espremo-os.
Na banheira, nu a água escore-me pela cabeça, desejo-te, mais que o novo dia que acorda.
Perco o sono.
Faz mais de quarenta e oito horas que sabes de um dos meus problemas, faz mais de vinte e quatro que estou acordado, agora espero por ti, espero para falar contigo, dessas vinte e quatro seis foram tuas, perguntas, risos, só palavras.
Lavo-me, a todo o instante penso em ti, na possibilidade de estarmos juntos, relembro a tua respiração e a voz doce, desejo-te.
Quero que fiques a falar comigo, tanto tempo como com a morte quero falar, por razões óbvias, quero-te ao meu lado e sentir-te.
Sinto-te! Abraçada a mim continuas o meu trabalho, limpas-me, tornas claro o dia, deitas-me sobre a cama.
Com o cabelo já seco brincas com ele como se fosse uma mola, sorris, dás-me a tua felicidade que te devolvo.
Certos dias acordo, folhas escritas com textos meus rodam á volta da minha cabeça.
É ai que tu chegas, as folhas caem sobre a mesa.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A morte sentida ao segundo

Quero acreditar e  gosto de acreditar que nada é por acaso.
Sinto-me a morrer sinto que devia de tentar viver ao máximo, ver o que quero ver, fazer o que quero fazer e amar, todos os que sao meus.
feicho os olhos, quando os abro vejo a minha pele a envelhecer.
Tento encontar a perfeiçao todos os dias.
Sei que durmo demais mas talvez seja porque inconscientemente queira morrer deitado, nu, com o melhor dos sonhos que nao realizei no pensamento.
Escrevo a carvao, porque a cada minuto há uma possibilidade de mudar tudo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu e ela

Levanto-me depois do acto.
Quanto mais o faço melhor me sabe, melhor me compreendo. Por incrível que pareça a cama está intacta, os lençóis entalados a almofada no sítio é claro transpirado mas não muito.
Abraço-a, perfumada, suave, macia!
O suficiente para me levar a querer faze-lo de novo.
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Acordo, outra louca noite na sua companhia a almofada no chão os lençóis desentalados com os pés para a cabeça e a cabeça para os pés, muito transpirado.
Sinto uma enorme vontade de escrever e escrevo sobre o  que um homem faz enquanto dorme.

A perfeição

Arrasto uma folha sobre a mesa e com ela a ideia de desenhar a perfeição.
Perco-me a vaguear pelo pensamento em busca de pormenores, sou levado a outros mundos vejo-me a falar sobre o tempo, por fim, depois de correr por tantos caminhos, temas, palavras chego a conclusão de que Ela é a perfeição, o feminino, capaz de gerar vida, capaz de enfeitiçar, belo demais para ser possuído por alguém.
É raro o dia que não o deseje, a sua companhia, a sua fala, a sua simples presença.
Lentamente o lápis vai deslizando sobre a folha, pouco a pouco um corpo nu nasce, belo, imagino a sua voz, o seu cheiro, o seu sorriso, dentes pérola perfeitamente direitos não de uma forma artificial, os olhos de mais pura cor que a natureza tem.
Imagino-a num banco de jardim, um vestido branco tal como os animais que na sua companhia se encontram, olha para mim, as pombas e rolas voam, os coelhos e raposas saltam tal como todos os outros se evaporam por entre as flores.
Pede-me a mão, segura-ma, sorri.
A sua pele nem as rosas nem as melhoras cedas se podem comparar, a sua respiração tão leve e serena, beija-me a face, nesse instante tudo desaparece excepto o banco e Ela.
Acordo arrasto uma folha sobre a mesa com a ideia de explicar que a perfeição não existe só num ser.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Paixão?

Já não falamos há muito tempo.
Quando digo falar refiro-me as conversas mais normais que havíamos tido.
Já não falamos.
Mas falo dela, gosto dela, e sei que ela ainda gosta de mim.
Se “almas gémeas” é uma coisa que existe, então eu descobri a minha. Tudo apontava na direcção certa, tudo parecia perfeitamente harmonioso, de certa forma sinto que estávamos ligados, não fisicamente. E com esta ausência de palavras entre nós sinto que o que havia simplesmente se desfez nas águas do tempo.
Ate há bem pouco tempo, beber água ou vinho do porto era a mesma coisa, a água tinha um doce especial, um cheiro mais intenso que o costume, uma cor só vista por nós.
Sim, eram dias felizes, os erros cometidos não eram nada, os dias que ficávamos acordados a falar parecia não nos cansar.
O tempo parecia estático, as nuvens não se mexiam, os cabelos não se moviam com o vento, os beijos não acabavam.
Amava-a, amo, ah já não sei.
Vejo a sua face quando olho ao espelho, preciso dela.
Tal como a caneta precisa da mão.
Deito-me do lado direito da cama, voltado para o seu lado, talvez á espera de a ver deitar-se.
Sonho com ela.

Como é difícil saber que se pode ter algo mas não o ter

Lá fora o vento corria pelas ruas, os pássaros habitavam os seus ninhos, um frio característico marcava a época.
Uma família passeava pelas ruas, todos eles bem vestidos de forma a aguentar as baixas temperaturas.
Uma família de brasão, mas especificamente aquela que alberga a águia e o escudo.
Era a noite de antevéspera de natal, na estrada tal como no passeio uma fina camada de neve cobria os dias anteriores.
Tudo parecia propício á magia do natal, certas luzes em certas árvores, bonecos de neve nos quintais, as lareiras sempre acesas, a família reunida.
Passaram por uma loja, na montra estava uma pistola de brincar, uma de fulminantes, o rapaz gostou dela.
Todos seguiram, uns 4 ou 5 metros mais á frente o pai disse para o rapaz:
-Toma, vai comprar se conseguires.
Assim ele fez, pegou na nota e foi a correr em direcção á loja.
Mas esta estava fechada. Voltou para junto do pai entregou o dinheiro, e a sensação ficou com ele.
Ainda a tem na memória, tudo naquele dia parece fortemente presente, os cheiros, a temperatura, o que sentiu quando percebeu que tinha sido gozado, o que sentiu depois de saber que podia ter o que não teve.
Tudo por uma questão de horas.

A fonte secou

Deito-me sem nada na cabeça.
Há quem diga que é quase impossível, mas que quem consegue, levita, ou entra em contacto com Deus.
Tal como no clímax de uma relação sexual.
Incomoda-me profundamente saber que não beberei muito mais desta água, mais ainda me incomoda o facto de não saber o que fazer para que chova.
O poder da sensação de impotência assume agora o papel de personagem principal.
Lá fora o vento não insufla, cá dentro a pena não escreve e o autor faz uma pausa, de toda a tecnologia hoje utilizada.
Bendito seja o descanso e a paz.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

What realy means?

Naquela tarde de Verão lá estava eu a pensar sobre algo que aparentemente não é importante.
O que realmente significa isto? e aquilo?
Tudo tem significado? e os duplos significados? porque carga de água a mesma coisa tem de "ser" duas?
Porquê que a água significa vida?
Por virmos da água?
Sim é capaz de haver na constituição química do liquido ameniótico água, mas é só agua?
Se não é porque lhe damos esse nome?
Vermelho!
O que é que associamos a esta cor?
Paixão? Dor? O Clube? Sangue?
Super mulher.
Algo do qual já ouvimos falar certo?
Uma heroína da Marvel.
Uma mulher não pode ser uma super mulher?
Há, mas aos olhos da sociedade pode nem ser considerada mulher.
"Rapariga jovem salva...." "a super mulher que salvou..." mas... mas não é maior de idade.
Mas é mulher? Será a idade um factor que possa determinar a "maturidade" ?
Quantas e quantas pessoas são "maiores" e não são homens ou mulheres?
Com atitudes de criança, num corpo adulto, vistos por todos como seres responsáveis.
O que significa isto tudo?

Querido Diário.

Hoje faz um ano que estamos juntos, sim tu e eu.
Faz um ano que confiei em ti e despejei tudo o que tinha dentro de mim.
(perdi-me entre conversas com contadores de historias, entre ideias e a tentativa de ouvir o meu tio)
Mas já me lembro o que te tinha para contar.
Sai do banho a pouco tempo, este foi o segundo banho do dia.
Não que precisasse de dois, não me sujei de modo a ter de o fazer, não os tomei devido ao calor, mas por me sentir suja.
Não por fora, por dentro.
A água escore-me pelo corpo, sinto e não a sinto.
Eu sei que não parece normal, talvez não o seja.
Da mesma maneira que o liquido me passa pelos cabelos assim passam as ideias, tal como a água estas mesmas ideias para textos, para resolução de problemas pessoais vão pelo cano.
Agora despido de tudo o que tivera saio do banho pego em ti querido diário e escrevo, não visto as palavras tal como não o faço a mim mesma, deito-me.

A tentativa

Tenho o lápis e a folha, a ideia e a vontade, a arte.
os óculos na mesa pousados, uma linha tento desenhar.

Suspiro, lembro me de quem me disse como começar, ajudou-me imensamente.
"Começa com uma linha"
"como?"
"Pega numa folha, num lápis e começa xD"
e foi assim.
Só com uma linha á minha frente começo a ver outras.
Um novo mundo abre-se diante dos meus olhos, sorrio.
Passaram só alguns segundos e tudo desapareceu.
Só uma linha ilustrava a folha.
E foi assim que ficou.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

3.30 a.m


Acordo, não devido ao calor, aos cães estarem a ladrar na rua, não pela falta da presença de outro corpo junto do meu, não por falta de sono, não por vontade de fumar, beber, comer, masturbar-me ou qualquer outro desejo/necessidade carnal/material saciável a estas horas.
Também não acordei para escrever.
Senti algo dentro de mim, a correr me nas veias, não sei o que é, mas sei que é rápido.
Como um veneno alastrou-se rapidamente, sim, foi isto que me acordou.
Uma sensação á qual já estou um pouco habituado chegou-me agora. Tal como um autocarro á paragem. Fez barulho de maneira a que pudesse reparar nele. Déjá vu.
Todo este momento é me estranhamente familiar, ser tarde, estar despido, sentado, a escrever.
Espirro, vejo uma melga levantar voo, não é que tenha medo delas, mas evito ser picado não que seja alérgico, mas fico com umas “babas enormes”.
Para meu espanto, não se aproximou desta vez.
Esperei, olhando e seguindo os seus movimentos.
Mas não, nada, são agora 4 da manha. O meu sangue passara a ser amargo.
Começara agora a transformação, tudo começa por dentro...

Fuck!

Sinto como se uma porta que guarda todas as palavras do mundo estivesse prestes a ceder a pressão por elas feita.
Tudo o que quero para mim esta cada vez mais distante.
Dentro de mim é como se uma diarreia de ideias raiasse.
Tonturas, má disposição, falta de vontade, quero desaparecer.
Mas tenho tantos temas na cabeça, não me sai nada, ainda a uns tempos vivia nas nuvens, sentia me bem, mesmo muito bem.
Parecia que todos os dias eram bons dias…
Fuck all this!
Estou farto, hoje digo alto, não me importo com o que vem a seguir.
Hoje revolto-me, monto tudo e desmonto o que tenho mal montado dentro e fora de mim, mudo, cresço.
Perco-me dentro das minhas ideias, dentro da porta algumas palavras saem, entre elas, fuck!
Fuck all this! It’s all what I have to say in this moment.
As outras, formam o texto que aqui posto.

sábado, 3 de julho de 2010

O Deus mortal

As nuvens abaixo dos meus pés derretem, de deus a mortal sou “promovido”
Minha clara pele começa a rasgar-se sinto sim uma dor mortal desta vez, percebo o que sofrem, choro.
Meus olhos azuis esverdeados dão lugar aos vulgares tons de castanho, em quanto choro o tom dos meus olhos formam um novo rio, ao lado da minha antiga pele agora caída que formara montanhas.
Loiros cabelos perdem se no vento formando uma tempestade.
Sou despido das minhas vestes, caio.
Uma aldeã recolhe-me, trata me das feridas, quando acordo sobre uma cama de colchão de palha estou, Ela sentada num banco ao meu lado, de pano branco na mão limpando me a testa.
Sorriu-me ao ver que acordara, quando ia para falar pousou o seu dedo sobre a boca.
Respeitei o sinal, fecho os olhos, sonho com as possibilidades que tenho agora por ser mortal.
Acordo sobressaltado. O que se passou? As lágrimas começam a cair ao reconhecer o quarto.
Não havia sido um sonho, ou se era, era o sonho mais real que havia tido em toda a minha vida.
A luz matinal entra pela janela pequenina contida no quarto. Paredes em terra e pedra, uma vela agora apagada em cima da mesa-de-cabeceira, uma mesa em madeira com duas gavetas, sinto o cheiro a algo, algo novo!
Olhando para a esquerda reparo que perto da porta tenho um“presente”apreso-me a vesti-lo.
(As feridas da violenta queda pareciam ter desaparecido).
Enquanto o fazia quem me acolhera batera á porta, não consegui dizer uma única palavra, fazer qualquer som, Ela entrou.
Num misto de vergonha e violação de privacidade, Ela vira-se, pede desculpa, sai do quarto.
“ Estava corada! Eu vi, tem uns cabelos tão belos! Dum castanho misturado com as cores quentes que os felinos albergam na sua pelagem. Estava descalça, uma veste branca, com um pouco do ombro a ver-se, o cheiro. Esse ainda paira no ar, tal como estas imagens, tudo parece lento”.
Por fim acabo de me vestir, o que parece ter durado muito tempo.
Organizo as ideias, saio do quarto.
Ela estava sentada sobre um tapete na sala onde eu entrara, tocava numa lira, conhecia bem o instrumento.
Naquele momento como a pouco tudo parecia lento, os dedos a passar pelas cordas, o olhar dela na minha direcção, o seu cheiro a pairar na atmosfera que se estava a formar.
O ritmo cardíaco aumentou, senti um arrepio, ela parou de tocar, olhou pela janela daquela sala. Com a cabeça virada para a minha direita a um metro de distância de mim, naquele tapete, inspirou fundo, soltou o ar que tinha nos pulmões olhou para mim.
Com um gesto pediu para que me senta-se ao seu lado, assim fiz.
Contou-me como me tinha encontrado, que me tinha dado uns curativos feitos por ela, onde estava, o tempo que passei deitado.
Pegou-me na mão, perguntou-me quem era, a julgar pelas feridas parecia que tivera recentemente entrado em confronto com algo ou alguém ou que tivera estado preso cativeiro.
“Não posso contar a verdade! Quem iria acreditar? Provavelmente iria considera-me louco! “
-David, o meu nome é David, prisioneiro de guerra, estive em cativeiro ate que fui liberto…ainda não tive tempo de lhe agradecer a hospitalidade.
É provável que seja verdade - pensou ela.
O silencio apoderou se da sala, de nós, do tempo.
Por fim perguntou-me:
-Tem alguém conhecido por aqui? Esta muito longe de sua casa? Tem um sítio onde ficar? Posso tê-lo em casa até amanha de manhã se quiser.
“Agradecido acenei com a cabeça, sorri e perguntei”
Posso ajuda-la com algo? “De certo que haveria algo que pudesse fazer como sinal de agradecimento”
Ela sorriu, acenou com a cabeça e pediu-me que descansasse.
Assim fiz. Voltei ao quarto de onde havia saído, despi as vestes que me haviam sido entregues e deitei-me.
Acordo com alguém a bater a porta, palavras rudes ecoam pelas paredes, ouço-a falar com alguém, levanto me visto-me dirijo-me á entrada do quarto.
Dois soldados com espada em punho apontam para ela, instintivamente “salto” para a frente deles, sinto o medo a crescer dentro de mim como se fosse fogo, tudo começa com uma faísca… dou por mim no chão com um corte no braço, não muito profundo mas perdera bastante sangue. A adrenalina passara começava agora a sentir a dor dos acontecimentos.
Sem saber bem porquê experimentei uma nova sensação muito idêntica há de perder a qualidade de Deus. Desmaio
Acordo, deitado, mais uma vez Ela estava no quarto, desta vez sentada aos pés da cama. A olhar pela janela, o sol brilhava, as aves cantavam, os rios corriam, e o seu cheiro pairava no ar.
Como gosto de senti-lo, é como a água a descer pela garganta, como as rosas a desabrocharem, como o sol a sobrepor-se á Lua é como o canto de um pássaro exótico.
Não sei o seu nome, por isso trato-a por menina, parece me mais nova que eu, de certo que é, já fui um Deus em tempos, vida eterna…
Ela vira-se, olha-me nos olhos. Entendo o olhar, penso eu, pergunta-me porque agi assim.
Não a percebo muito bem, olho pela janela, percebo ao ver dois montes de terra no meio do verde campo.
Ela conta-me o porquê de ter ameaças como a que eu vira há pouco, Ela é considerada meio deusa devido há ligação que tem com a natureza, dai fazer com que os humanos vivam mais tempo, fazendo curativos com plantas campestres. Mostra-me o seu descontentamento perante o acto que eu cometera. Abandona o quarto, deixa-me uma refeição a porta.
Passados uns minutos, entra pelo quarto, examina-me o braço.
Pega nas roupas atira-as para cima da cama, pede me que as vista, assim o faço, leva me pelo braço para fora de casa. Um novo mundo!
Os olhos demoram um pouco a habituar se a luz, começo a ver montes, vales, um rio azul esverdeado, sinto me bem, feliz, como se isto me fosse familiar mas ao mesmo tempo totalmente desconhecido.
Sem saber bem o que dizer simplesmente sorrio.
O meu sorriso é correspondido, partilhamos a mesma felicidade.
-Mariana, o meu nome é Mariana - disse Ela - Não é lindo?
-Sim! Nunca havia estado em sítio semelhante.
-Sinto me bem aqui, apesar se só, sinto me bem. Para ser sincera não gosto muito da polis.
-Do local onde venho não há polis. Somos muito poucos, muito unidos.
-Tem saudades? Digo saudades dos seus, da sua terra?
“Sinto que posso confiar nela, mas será que faço bem?”
-Sim, tenho. Mas neste momento estou feliz, sinto-me bem e gostava de ficar assim.
O vento sopra pelas árvores, os peixes saltam no rio, um certo silêncio habita os nossos corações.
Sentem ambos a respiração sincronizada, sinto a terra debaixo dos meus pés ganhar vida, ao longe novas flores brotam da terra, as raízes das árvores movem-se, a terra respira e suspira.
Rodo sobre os calcanhares numa tentativa de dizer algo que para mim é importante mas retenho esse pensamento.
Ela tinha os cabelos soltos, para o vento dançavam, cantavam, e sorriam!
Uma felicidade crescente passava dEla para ele como a sua visão passava por este pedaço de paraíso, que bela paisagem eles tinham á sua frente.
Nas terras de Mariana os animais corriam livres, os coelhos saltavam, os veados corriam, as aves de rapina voavam.
O tempo ia passando e há medida que este passava, iam partilhando o que tinham, sentiam.
 Agora com o sol a pôr-se estavam deitados na relva, observaram juntos as nuvens vermelhas, sol a desaparecer, nessa noite não jantaram, os Deuses haviam montado um banquete para eles e estavam mais que saciados.
A Deusa Vénus aparecera no céu nocturno trazendo consigo muitas estrelas, a lua aparecera, deitados a olhar um para o outro com o corpo totalmente relaxado e esticado nos verdes campos sentiram Cupido tocar-lhes no rosto e então naquela noite o Amor saiu dos corpos.
Estes dois amaram-se pela noite dentro, sentiam-se tão ligados como irmãos, como uma árvore está ligada á terra, como a terra ao mar.
O dia nasceu, Apolo trouxera consigo a luz, o calor, a vida.
Um leve e fino manto de ceda cobria os corpos nus, o verde campo crescera por debaixo deles.
Oh Deus mortal dá graças por cada dia da tua nova vida, pois tu tens tudo, és o que todos os Deuses ambicionam ser, sentiste dor, paixão, foste amado, poeta, louco, guerreiro, impulsivo.
Entrelaçados encaracolados cabelos puxam um sorriso, com a cabeça no colo dEla ele diz o quanto a ama, Ela sorri, beijam-se e a nova vida começa.
A vida de um deus que se tornou mortal, e que tal acontecimento fora o que de melhor poderia ter acontecido.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esquecido

Fui esquecido nas arreias do tempo.
Nos rios do passado,
fui solto e liberto
Num sitio onde não serei encontrado

O tempo foge a saudade aperta
A água escasseia na minha boca deserta.
Uma leve brisa quente arrasta com um sopro a arreia que minha face toca.


Sinto me perdido aqui!

Abro os olhos.

Á minha volta vejo água, um rio!
Uma enorme felicidade preenche-me, logo agora que estou tão vazio.
Mas… é tudo uma ilusão, as palmeiras, os frutos, a água…

Certa alma já morta faz me despertar,
Sinto e agora percebo que me estava a enterrar.
Oh quente e doce arreia, és como o sol que me ilumina, és como o sal que me faz nascer água na boca.
És como o meu oposto que desejo encontrar, que me tire deste deserto e durma comigo.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Aqueles olhos da cor do Outono

Madeira os seus olhos reflectem, podem crescer, podem moldar-se, ganhar uma forma, sim! uma nova forma, fazer nascer dali algo novo, diferente, brilhante.
São olhos mais novos que os meus, ainda têm muito para ver, muito que admirar e fazer o corpo reagir.
Os seus olhos serão a minha futura casa.
Será por eles que irei rever tudo o que havia visto.
São esses olhos que reflectem a madeira que têm a cor do Outono, iram ver o fim.
O fim de algo que os ajudou a ver.
Por esses olhos irá nascer um rio nesse dia, que secará mas quando esses olhos passarem pelos meus de novo dois rios se iram formar, num local que gosto de chamar Paraíso.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Roo as unhas


Há quanto tempo roo as unhas?
Bem, acho que de todas as perguntas esta seria a que menos iria esperar de alguém.
A verdade é que não sei a quanto tempo o faço, já tentei parar sim. já tentei muita coisa mesmo para parar mas nada me faz travar esta vontade que parece ter nascido comigo.
Vendo bem, não sei o que é pior, Se um fumador a tentar parar ou um roedor de unhas.
Não sei se há livros para deixar de roer as unhas, mas sei que há uns vernizes que tem um sabor muito mau.
Penso que isso só funcionaria se fosse ainda pequeno.
Isto tudo devido a pressão do dia-a-dia, penso que é umas das coisas que me leva a "consumir", tal como épocas de maior ansiedade.
Antigamente as unhas eram usadas para fazer uma espécie de veneno que ia matando lentamente.
Muitas pessoas não sabem disto, dês que soube desta historia que tento parar, mas como já disse parece ter nascido comigo.
Estarei eu destinado a uma morte lenta sem vestígios?
E não será uma simples morte mas sim um suicido.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Águas negras de negro rio

A noite desce águas negras vejo e vem saber nelas me afundo, um aroma meu conhecido paira no ar, vejo um barco ao fundo, iluminado, alegria, a promessa de uma noite bem passada, a possibilidade de um novo começo, uma nova vida, um novo amor, sólido, e a promessa de um abraço, algo simples que muitas vezes desprezamos mas é algo tão mágico.

Eu próprio liberto o aroma, o oráculo pede me para não o fazer. Paro.

Trocas de olhares sem eu saber o que significa, sinto me fraco, o barco abana, maldita criatura agita as negras águas onde me afundara.

Objectivo: Chegar ao cais, são e salvo, feliz e com mais vida do que aquela que entregara.

Mas quem este barco dirige têm de ter mais experiência de vida. O leme não é para qualquer um, quem ai vai sabe o que faz tendo em conta o melhor para os outros.

A hora da chegada ao cais faz mover os ponteiros dos dois relógios nunca certos.

Onde foram as promessas? os planos? a alegria com que embarcara? a vida que seria suposto receber?

Amaldiçoadas águas negras que bebi, que me mudaram sem a força das ondas que costumam ter.

Assim, regressa oráculo aos céus e eu a casa.

Deito me com maldita criatura no corpo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A janela mal fechada

Pela calçada caminhava.



Com um sorriso no rosto, uma rosa vermelha na mão, o coração apertado sem motivo aparente.



O ar faltava à minha volta, os deuses, esses, derramavam lágrimas sobre mim. Logo agora que aprendera a compreende los...Mas não bastava! Eles estavam a tentar dizer me algo. Que eu tão débil e inculto não compreendi.



...



Vejo-me, deitado, a rosa não está na minha mão, a chuva cessara, lembro-me de alguém ou algo me puxar, lembro-me da sua voz, calma, doce, melodiosa, um sussurro um pouco tremido como se fosse um eco prolongado. Senti-me leve como se pertence-se ao vento.


Não percebera de imediato o que se tinha passado, mas depois de ver uma ambulância...

Um pequeno rio da cor da rosa fluía do meu corpo tapado por um plástico preto, marcas de rodas desenhavam o que sucedera naquele momento.

Estava triste, sentia lágrimas a cair e via a caírem mas não molhava o saco onde meu corpo estava.

O rio alcança a rosa, vejo a criatura que me puxara.

Vejo a luz e renuncio ao seu chamamento, não quero, não quero partir já! que mal eu fiz?, a criatura pede me para abrir o saco, faço-o, percebo que não há volta a dar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O homem areia


A noite já tinha passado.

Um novo dia nascia, deitei-me sobre ela, estava quente!

Abracei-a, apertei-a , contei-lhe o que sabia o que tinha visto e vivido enquanto marinheiro.

Nunca a tinha visto tão bela, poderia ser das saudades ou do tempo que estive fora, á quanto tempo não a via!

Sorri-lhe mesmo sabendo que me enganava com outro.

As palavras de agradecimento para M.Belo

No dia em que as palavras falem por si o céu mudará de cor, os olhos verão almas e os corações o que os olhos não vêm.


No dia que o homem possa dizer alto e em bom som que é livre, os ventos irão espelhar a boa nova.


No dia que o amor bater a porta EU irei abri-la mesmo tendo conhecimento da sua força, da sua instabilidade, mesmo que isso me torne mais fraco quando longe dele.


Mas...mesmo que as palavras falem por si os olhos vejam almas e o amor bata a porta de todo o mundo. Haverá umas palavras especiais guardadas num lugar que só quem poeta é poderá ver, quem desenhe o que não vê, que sinta o que o corpo não sente, que voe mais longe sem se mexer.


Essas palavras são palavras de agradecimento.


Por tudo e por nada.


Pelo feito e desfeito.
Pelo completo e incompleto.


Por tudo o que é e não é.


Por ti e por mim estas palavras são entregues.


Como forma de cumprir a promessa feita mas nao acabada.


É nesta altura que desejava que o mundo fosse como um dia será.


Tudo seria mais facil, seria mais facil encontrar palavras para agradecer.

What else can i say?

As palavras bastam.


Assim pensava eu, mas será mesmo que é assim?


Bastará apenas dizer uma palavras e já esta? Será tudo como no "Aldino"? " Abre-te sésamo"?



Para quê ser poeta se não se age como tal?


Será realmente a pena mais forte que qualquer espada?



E se houver magos com as suas poderosas varinhas?



Lobisomens? Vampiros? Que mais? são só palavras mitos e não passam dai, pelo menos assim espero, e quando falo de mim refiro me a muitas outras pessoas.

Nunca te lembras de um mimo...

Assim foi.

Ao ouvir esta pequena frase pela segunda vez ele mudou.

Disse não a tudo o que não queria no seu mundo, mudou-o, "pôs os pontos nos (is)" colocou uma pedra sobre o assunto e segui-o em frente como o gladiador que era.

De regresso ao seu amado campo e respectiva vida.

Arrumou a casa, limpou o que havia para limpar, concertou os telhados estragados pelos ventos do norte, soltou a alma, amou, mimou e nunca mais ouviu tais palavras " Nunca te lembras de um mimo..."

domingo, 6 de junho de 2010

I am not guilty!


Sinto me preso mas não sou culpado.



Não fiz nada de mal ou incorrecto.



Sei que nada de mal fiz.



Disso estou eu certo.



Todos me olham de lado.



Como se realmente fosse mau.



Sabem que sou procurado.


Serei eu venenoso? como o lacrau?


Já não sei para onde me dirigir.


Todos de mim se afastam, de mim querem fugir.


O que de mal fiz eu?






Finalmente!

...e pronto quando menos esperava recebi aquilo que me deixou de boca aberta.

Foi como se um anjo tivesse passado por mim na altura em que lia aquelas palavras.

Dirigidas a mim, bem, fiz uma "festa"encontrara alguém que conseguira fazer me sentir exactamente o que procurava sentir há algum tempo.

Com meia dúzia de palavras disse me tanto.

Com a mesma meia dúzia, repito com a mesma meia dúzia transmitiu-me o que sentia.

Foi como se beijasse, como se gritasse dentro do meu peito.

Nem sei bem como foi para ser sincero.

A verdade é que já li as mesmas palavras vezes e vezes sem conta, mas não voltei a sentir o mesmo.


I don't want to remeber anyone.


Quero deixar para trás o passado.

Viver ao máximo o presente.

Não me quero lembrar de ninguém.

Mas viverei assim bem comigo mesma?

posso saber que o meu passado foi bom,

ou saber que não foi nada do que queria.

Mas será razão para querer esquecer tudo o que aconteceu?

Há alturas como esta que não sei o que fazer ou pensar.

E choro.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vi uma fotografia tua!

Se pudesse falar do que vejo.

Se pudesses adivinhar o que penso.

Se pudesses sentir o que sinto.

Se te conseguisse fazer feliz como a tua fotografia demonstra.

Mas nem as estrelas, nem a lua nem o sol todos juntos seriam capazes de tal proeza.

Simplesmente deixo de ter sono.

A fome essa fora me puxada por alguém ou algo.

A cede de que tipo cor forma ou feitio seja fora presa longe de mim.

Vi uma fotografia tua.

Foi o que bastou para que a minha alma ficasse nua.

"Tenho saudades de te ver, saudades de te abraçar. sozinho tocando uma guitarra junto ao mar, recordo-me de ti"

Saudade, é o sentimento que melhor que pode caracterizar neste momento da minha vida.

Não há um dia que não veja algo teu em tantos outros.

Estarei a entra na chamada loucura?

domingo, 23 de maio de 2010

Cinquenta dentro de cinquenta.

Era entre os 50 que estão” reservados”para alguém como eu que queria que estivesses.

Que fizesses parte dos cinquenta que dentro dos cinquenta correm bem.

Que nestes cinquenta fizesses o que ninguém fez, que me fosse dado o que ninguém deu.

Era dentro desses mesmos cinquenta que queria estar no teu ponto de vista.

Não gosto de fingir já to tinha dito.

Deixa me triste partir sem saber o que pensas, sem saber o que sentes e o que desejas ou desejavas.

Mas não é com a tristeza que parto, é sim com uma lua nova sobre o céu estrelado.

Por vezes as luas são especiais mas quem as vê?

sábado, 15 de maio de 2010

Let me be now!

Deixa-me ser, deixa-me estar, deixa-me viver e sonhar.

Deixa-me ser quem sou deixa-me querer ir para onde vou.

Deixa-me! Dá-me tempo e espaço.

Da me a liberdade que fora confiscada pelo teu amor.

Deixa-me sonhar…

Estou no meu canto, finalmente não há nada que me perturbe!

Há…começo a sentir algo, algo que já não sentia a muito.

Algo ao qual nunca dei valor, nunca o devido valor, uma pequena coisa que sempre esteve comigo, que quase considero insignificante, algo que diria que não me faz falta. Mas faz.

Agora percebo o seu valor.

Deixa-me ser, deixa-me estar.

Deixa-me viver e sonhar, mas contigo a meu lado.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O desabafo de uma...

Deixa-me tão nervosa falar do que sinto.

Passei o dia a pensar que tinha saudades tuas, das tuas mãos enquanto me tocavas com força enquanto as punhas dentro de mim e me fazias gritar, passei o dia com saudades dos lugares onde me levaste naquela noite, naquele nosso cantinho.

Tenho saudades dos teus braços, fortes e duros, que me agarram firme pela noite fora, saudades tenho de estar encostada a teu peito agarrada a teu ombro, sentir te a tremer junto de mim.

Acho que não era normal se não gostasse de ti, mas não consigo parar de pensar naquela noite sublime.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Se pudesse dizer quem sou.


Diria boa tarde, boa noite e bom dia.


Quando o sol nascia e quando a lua brilhava, sorria para o dia e beijava a noite.


Mas sendo uma alma presa numa gaiola não podia voar para o fazer.


Esta gaiola que nem a luz costumava ver e quando a via ganhava asas.


É pena estar esta alma presa á gaiola; se assim não fosse poderia ser livre.


Mas assim sendo só me resta estar feliz pela companhia.


Vendo bem, sorte da alma, esta tem alguém.


Sem que me aperceba a luz vem a alma senta-se, brilha e a gaiola abre-se com a imensidão que dentro contém.


Oh belas asas tem ela, bela cor, puro sentimento.


Não sei quem é mais louco se a alma em querer ser livre se eu em não escrever isto.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quero a minha lua de volta!


Só quero o que me fora tirando.


Fico confuso e atrapalhado, sem te ter sobre mim.


Tu és lua tu és vida, sem ti nada tem o mesmo sentido.


Sinto me só, triste e uma dor sem fim.


O chocolate não me da energia, o café não me mantém desperto, a agua não me mata a cede.


Não sinto o vento do norte, não vejo a polar.


Perco o meu norte, afundo o navio, fico triste por estar vivo.


E é nesta altura que não sei se largar o chapéu de capitão se pegar nas palavras e deixar me ir com a corrente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O encontro com a bicicleta









Acordo para mais um dia, o sol já brilha sobre a minha cabeça o raios de luz invadem o quarto levanto-me penteio-me visto-me calço-me pego na bicicleta abro a porta respiro o ar primaveril e saio.




Sinto me novamente em mim quando já estou na estrada não me lembro bem do que me passou pela cabeça mas lembro-me de pensar na minha vida tal como quando estou no campo ou quando caminho, passa muita coisa pela cabeça seja positivo ou negativo, acho que é esse o problema destas actividades.




Pedalei ate não poder mais, ate aos limites das minhas forças, estava em frente do mar!




O pólen e a maresia misturados deram me uma sensação que me levou a desejar ter companhia uma companhia especial que me leva-se mais longe ainda mais que levara a paisagem o olfacto.




Parei a minha amiga, descalcei-me arrumei os ténis respirei fundo e levantei me do banco de madeira senti a arreia por baixo dos meus pés movi-os tentando mexer um dedo de cada vez, senti-me livre e perguntei-me quantas vezes é que o faço.




Fui ate ao mar molhei a cara e os pés.




Parei um pouco gozei o momento calcei-me e segui o meu encontro com a minha amiga.




Estava de novo na estrada, pedalei ate o local mais alto que conhecia e comecei a descida.




De braços ao vento senti-me livre novamente, senti uma enorme alegria a crescer dentro de mim como se fosse uma planta ou uma chama que não parava de aumentar.




Infelizmente não consigo arranjar palavras para exprimir tudo o que senti mas sou feliz!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um dia..


Um dia saberás o porque de o mundo ser como é saberás que os que amas não te amam e saberás que ate os que pensavas que te eram fieis na verdade não o são.


Saberás apreciar a vida, respeitar a morte, saberás que o mais simples pode ser o que te da mais prazer, que tudo aquilo que tiveste não é nada, tudo o que quiseste ser poderias ter sido.


Nesse dia serás capaz de ver a cor do vento, ouvi-lo, cheira-lo, toca-lo, saboreá-lo e não terás dúvida de que é ele mesmo, aquele ser que parece dar vida, aquele que é o elemento primordial.


Nesse dia... Oh nesse dia abraça-me para poder ir contigo.

Só teu.

Quero estar a teu lado e inventar um poema só teu, ser quem quero ser sem nada que me impeça, quero tocar a tua pele suave, cheirar o perfume dos teus cabelos, quero perder me e não me encontrar mais, quero ser o sol e a lua, quero que preenchas o que me falta, sendo tu a força que viva.
Se olhar teus olhos vejo o mundo, se tocar teus lábios abraço o mar, se deixar o efeito noite cair sobre nossas cabeças transformo-me tal como tu numa raposa branca a caminhar pela neve enquanto o sol nasce, esse que sou eu e venho para desejar os bons dias, perco-me a olhar-te.
Eu que nunca havia visto ser tão belo, o vento sopra, o teu cheiro invade o ar tal como os raios meus.
Por fim chega a noite, vejo te deitar, vejo te dormir, a minha lua já brilha há umas horas, mas nem para mim olhas-te quando-te a entreguei.
Por fim sinto-me só e regresso ao lugar de onde parti, um lugar que a mim pertence, um lugar no teu coração de raposa.

Apeteceu-me


Apeteceu-me escrever o foi o que comecei por fazer mas sobre o que?


Era o que perguntava a mim mesmo, não me corria nada na veia criativa, não havia fonte de inspiração para um poema, bem acho que não havia nada que me levasse a escrever a não ser a vontade.


A uns metros de distância da minha cabeça e dos meus pensamentos havia alguém que para si próprio dizia:


-Não tenho vontade nenhuma de comer.


Não me lembro bem como ouvi mas lembro de o ter ouvido, e ficou me retido no pensamento a palavra vontade que tantas vezes uso e deu me vontade de saber melhor o seu significado.


Entre outros apercebi-me que vontade é o desejo, o que nos leva a agir, uma necessidade física.


Logo se essa pessoa não tinha vontade de comer era porque o corpo não o pedia ou ele próprio não queria comer (talvez para emagrecer).


Tenho vontade de escrever é algo do género apetece-me escrever.


Tenho vontade de estar contigo é muito parecido com quero estar/gostava de estar contigo.


Para ganhar uma corrida é preciso ter vontade de correr é saber que podemos ganhar que nos leva a agir neste caso a correr.


Resumindo penso que a vontade é algo que ajuda a caracterizar o ser humano e (segundo os dicionários que consultei) os animais.