sexta-feira, 1 de junho de 2012

A pena verde


Saio pela porta, desço as escadas, dobro o prédio, caminho, navego, pela calçada rumo à escola.

Nada trago na mochila, mala, sacola
que não seja a pauta e a viola.
Troco os lápis do estojo pelas cordas
os livros da mala pelo instrumento
caminho pela rua com um passo estudado e lento.

Pelo caminho observo aves verdes, não naturais de Portugal
fazendo ninhos onde outrora havia quinta e olival.
Por vezes aos pares, como namorados, passam por cima de mim
e é ai, bem lá no alto, olhando o asfalto, que sinto falta de ti.

Tento libertar-me pela escrita, mas até as palavras estão presas ao papel.
Com a calçada fria, o sol a bronzear-me a testa e os pinheiros que libertam o pólen dourado pelo sol
vejo carros, autocarros, motas e bicicletas, pouca gente anda a pé.

As verdes criaturas voadoras estão agora longe e eu mais próximo de transpor as grades, grades estas que vêem noite e dia a zebra ser atropelada, pisada.
Grades estas que não guardam, nada fazem.

É aqui que a viagem termina, é aqui que em comunhão com o resto da tripulação passo quatro a cinco horas por dia, cinco dias por semana.

É aqui que o rio do conhecimento nasce, é aqui que eu deixo para trás o barco e me entrego à corrente.

domingo, 20 de maio de 2012

Sinto-me inútil ao estar em casa

Sinto me inútil quando deveria estar a marcar a diferença.
Assim, estou à janela a ver um dia que começou bem que me levou ao pensamento de suicídio e me devolveu à paz que procurava.
Por vezes  precisamos de morrer um pouco para dar vida.

Apetece-me descer a rua assim como estou, semi-nu, e deitar a baliza do bairro ao chão, se eles podem estragar a relva que eu tanto gosto, suja-la com cascas de bananas e latas de cerveja, tenho vontade de fazer justiça, tenho necessidade de aprender.

Sinto que o rio do conhecimento não chega mais às minhas terras como outrora.
Dou poucos frutos que alimentam poucas almas, há pequenos eus a morrer dentro de mim.

Chove lá fora

Chove cá dentro.
As arvores abanam com o vento
A tinta das paredes é rasgada, as folhas das arvores caem, os pombos voltam para o ninho.
Chove em minha casa e chove na do vizinho.
Há pelo ar aquilo a que vulgarmente chamamos algodão.
A Prima Vera chega por fim!

Como podes?

Como podes estar tu triste se os pássaros cantam lá fora
O Sol atravessa a tua janela as crianças brincam lá fora
As avós beijam os netos os pais abraçam os filhos e as mães beijam os pezinhos dos bebes?

Estás triste ou assim és?
Não sei, tudo me leva a crer que és tu e não o mundo. O teu problema.
Vestes-te de preto, isolas-te já há muito.

Queres sair, queres ter cor mas há algo que te bloqueia, o teu rio tem uma barragem cuja construção não tem planos nem data, que não deixa fluir o teu ser interior, que deixa as tuas margens secas.
Assim acaba a vida e assim acabas tu.


Como podes estar tu triste se os pássaros cantam lá fora
O Sol atravessa a tua janela as crianças brincam lá fora
As avós beijam os netos os pais abraçam os filhos e as mães beijam os pezinhos dos bebes?


sexta-feira, 4 de maio de 2012


Magna Mater












Tu que és como a a terra, fértil e frutífera
Tu que espalhas a vida oh mãe terra.

Com os teus rios que correm por vale ou serra
Vê, vê como correm, vê como são livres e felizes.
Tu mãe terra, que desceste do teu pedestal divino
Para me dar origem, idoso, jovem, menino.
Tu que das vida aos “Franciscos” e ”Beatrizes”
Tu que controlas os ventos e domas a fera.

Tu que és como a a terra, fértil e frutífera
Tu que espalhas a vida oh mãe terra.

Desde o principio que és venerada
Esquecida talvez mas não apagada.
Tu que mostraste à humanidade como caminhar
Tu que lhe entregaste mais do que o que podias entregar.
Tu mãe terra, mãe dos deuses, mãe dos homens
Para eles és tudo e para eles és nada.

Tu que és como a a terra, fértil e frutífera
Tu que espalhas a vida oh mãe terra.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Uma pequena mudança

O que acontece quando uma pessoa altera toda a tua forma de pensar?
Bem não é toda toda, tu já tinhas a ideia mas, ”não te lembravas” daquilo que querias ser/fazer.
Este fim de semana ouvi um discurso, uma apresentaçao, chama-lhe o que quiseres, esta pessoa, o que disse, fez me reflectir sobre tudo o que quero para mim. Sim TUDO O QUE QUERO PARA MIM!
Sabes o que quer isto dizer? Sabes?
Colocar em causa tudo o que tens feito até agora, o que te tem motivado para obteres os resultados que obtens no que quer que seja que faças?
Bem... é forte! É potênticimo!
Há duas maneiras de mandar uma montanha a baixo, com maquinaria ou ao murro” ? Fogo! Sabes o que ele quer dizer com isto?
Que tu tens todo o potêncial para fazeres o que quizeres da tua vida, molda-la tal como o oleiro faz com o barro.
É a isto que me proponho agora, quero mudar toda a minha maneira de pensar, agora que sei que é a menos correcta.
Deixar de correr atrás de uma nota que me leva para o curso X da área Y, passar a mover-me em função do que me apaixona, do que me leva a sorrir, quando o corpo não aguenta o cansaço e as dores.
Quero ser apaixonado pela vida, não estar preso a um saber, ser construtor de um mundo melhor.

(Cenáculo do Núcleo Oriental)