Eu, que cuspo na mão que me alimenta, rasgo a roupa que me aquece, eu.
O que promete e não cumpre, com um sorriso maldoso no rosto repete:
-“As palavras são vento”
Se são vento deviam correr grandes distâncias saltar mares, rios, montanhas e penhascos, serem espalhadas como sementes pela terra por cultivar, eu.
Aquele que foge de algo que é ele próprio, nega a sua criação e diz amar um Deus que não o seu.
Eu, quem és tu?
Sou a tentativa do perdão, palavras são vento, ate as escritas.
Qual o valor de uma palavra?
As palavras leva-as o vento, outra vez.
Quem sou eu?
Um sem-abrigo com tecto, um rio que queima, um doce amargo numa boca nova engelhada.

Sem comentários:
Enviar um comentário