quinta-feira, 15 de julho de 2010

Paixão?

Já não falamos há muito tempo.
Quando digo falar refiro-me as conversas mais normais que havíamos tido.
Já não falamos.
Mas falo dela, gosto dela, e sei que ela ainda gosta de mim.
Se “almas gémeas” é uma coisa que existe, então eu descobri a minha. Tudo apontava na direcção certa, tudo parecia perfeitamente harmonioso, de certa forma sinto que estávamos ligados, não fisicamente. E com esta ausência de palavras entre nós sinto que o que havia simplesmente se desfez nas águas do tempo.
Ate há bem pouco tempo, beber água ou vinho do porto era a mesma coisa, a água tinha um doce especial, um cheiro mais intenso que o costume, uma cor só vista por nós.
Sim, eram dias felizes, os erros cometidos não eram nada, os dias que ficávamos acordados a falar parecia não nos cansar.
O tempo parecia estático, as nuvens não se mexiam, os cabelos não se moviam com o vento, os beijos não acabavam.
Amava-a, amo, ah já não sei.
Vejo a sua face quando olho ao espelho, preciso dela.
Tal como a caneta precisa da mão.
Deito-me do lado direito da cama, voltado para o seu lado, talvez á espera de a ver deitar-se.
Sonho com ela.

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